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Projeto PÉS celebra 10 anos de inclusão, teatro e dança na BDB Cultural

Grupo teatral que reúne pessoas com e sem deficiência em montagens cheias de expressão do corpo comemora uma década na programação da iniciativa

Transmissão do espetáculo será no domingo, dia 25, às 17h. Na montagem de retrospectiva, grupo interage com a estrutura da Biblioteca Demonstrativa do Brasil




FOTO: Lucas Rezende - Divulgação/BDB Cultural


O tema da potência do corpo humano, muito explorado nas ciências humanas nos últimos anos, ganha matizes interessantes diante do Projeto PÉS. Unindo pessoas com diferentes deficiências e outras sem, esse grupo teatral e de dança se apresenta na BDB Cultural neste domingo, dia 25, celebrando uma década de palcos. O espetáculo propõe um jogo de movimentos que quebra perguntas do tipo “será que ele dá conta?” ao mostrar que todos os corpos têm potências e limitações, sem importar de que tipo. A transmissão, às 17h, nas redes sociais da BDB, conta com intérpretes de Libras.

Esta apresentação, gravada dentro da Biblioteca Demonstrativa do Brasil (BDB), será a celebração oficial dos 10 anos da companhia e faz uma espécie de retrospectiva da trajetória do grupo. A apresentação terá uma cena de “Wooh” (2011), primeiro espetáculo do grupo, e a versão integral de “Qual a distância de um abraço?” (2020), performance criada já no contexto da pandemia de covid-19 e que é o trabalho mais recente da companhia. Essa apresentação foi adaptada para ser realizada entre as estantes da BDB, integrando-se à biblioteca como mais que só um cenário.

“Para nós é muito importante poder celebrar 10 anos desse trabalho, melhor ainda podendo fazer isso em uma biblioteca como a BDB, que foi um espaço muito importante na minha formação. A biblioteca é mais que um espaço de livros, é um espaço de encontros e promover encontros entre diferentes pessoas, corpos, é justamente o que nós fazemos no PÉS. E é lindo poder comemorar a vida, justo quando ela está tão ameaçada. A vida da arte, da biblioteca, e dos corpos”, diz Rafael Tursi, arte-educador e criador do Projeto PÉS, diretor dos cinco espetáculos do grupo.

Além das aparências

FOTO: Lucas Rezende - Divulgação/BDB Cultural


Mesmo com 10 anos de história, cinco espetáculos no currículo, o Projeto PÉS enfrentou dificuldades para sair dos eventos específicos para pessoas com deficiência e ser aceito como um projeto de arte, entrando no circuito geral. “A gente passou muito por um pré-julgamento que considerava que a pessoa com deficiência é coitada. Às vezes, batiam palma para nós dizendo ‘ele merece, ele merece’. O Projeto PÉS quer justamente ser visto como os outros, validando nosso esforço, não colocando vários diminutivos no nosso ‘trabalhinho’. O que a gente faz é um trabalho, é difícil, é uma tentativa e erro, mas é um esforço que pode errar. Se tiver ruim, vem contar. A gente quer melhorar. Estamos no lugar de estética, de poesia, não queremos ser julgados pela aparência, mas pelo que produzimos”, conta Tursi.

Atualmente, o Projeto PÉS tem 20 atores, mas a apresentação para a BDB Cultural, em respeito às normas de distanciamento social e evitando aglomerações, recebeu apenas um duo formado pelos atores Roges Morais e Thaís Cordeiro. No espetáculo apresentado para a iniciativa, os dois criam arte a partir da impossibilidade de contato, aparecem em cena em movimentos fluídos, cada um completamente paramentado com EPIs — equipamentos de proteção individual — como face shields, luvas, máscaras e jalecos. Esse contexto de mistura de saúde com dança tem tudo a ver com a história do grupo.

“O Projeto PÉS foi criado em maio 2011, na minha graduação de artes cênicas. Uma amiga muito próxima ficou tetraplégica em um acidente de moto. Isso me despertou o interesse de pensar como dança quem não dança. Foi quando eu decidi trabalhar com poesia corporal. Agora quando a gente vê esse contexto de pandemia, de medo em relação à saúde, a gente está em um lugar conhecido desse grupo. Devido ao coronavírus, a gente mudou todo nosso trabalho pro virtual. Em oito anos de companhia, tínhamos ganhado 4 prêmios. Só no ano passado, com essa virtualização, a gente ganhou mais 4. ‘Qual a distância de um abraço’ ganhou três deles”, conta Rafael sobre o espetáculo que a BDB exibe.

Sobre a BDB Cultural

A BDB Cultural é uma iniciativa do governo federal, por meio da Secretaria Especial de Cultura, do Ministério do Turismo, em parceria com a Biblioteca Demonstrativa do Brasil Maria da Conceição Moreira Salles (BDB) e, por meio de um termo de colaboração, com a organização social Voar Arte para a Infância e Juventude. A agenda que o projeto executará na BDB segue até março de 2022.

“Com a BDB Cultural, vamos renovar a prática de ser uma referência a outras bibliotecas do país para que elas possam abrir suas asas para voos mais altos e dar vida aos seus espaços”, diz o coordenador-geral da BDB Cultural, Marcos Linhares.

Para saber mais sobre os próximos cursos e eventos oferecidos, acompanhe as novidades da BDB Cultural no Youtube (https://www.youtube.com/c/BDBCultural), no Facebook (https://www.facebook.com/bdbcultural), Instagram (https://www.instagram.com/bdbcultural/) e no site www.bdbcultural.com.br da iniciativa.

Sobre o projeto Pés

Criado por Rafael Tursi em maio de 2011, o Projeto PÉS surgiu como uma pesquisa universitária dele, que estava se graduando em artes cênicas, mas se manteve para além do ambiente universitário, unindo de maneira plástica e poética corpos diferenciados, com e sem deficiências. Em cena, o projeto reúne pessoas com paralisia cerebral, síndromes diversas, deficiências de formação óssea e transtornos de desenvolvimento, dançando com e entre corpos outros, ditos, sem deficiências, buscando provocar questionamentos.

Serviço:

BDB Cultural – Abril de 2021

Celebração de 10 anos do grupo PÉS: Uma história que passa pelo corpo. Apresentação das coreografias Wooh (2011) e Qual a distância de um abraço? (2020)

25/04 - Transmissão no Facebook e no YouTube da BDB Cultural, às 17h.

Outras informações:

Facebook.com/bdbcultural

Instagram - @bdbcultural

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