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Debate sobre a beleza do folclore traz Walcyr Carrasco à BDB Cultural


  • Dramaturgo e escritor conversa com o escritor e especialista no tema Marco Haurélio sobre a presença de elementos do folclore nos dias atuais


FOTO: Walcyr Carrasco - Divulgação


Embora não enxergue em suas conhecidas telenovelas elementos do folclore nacional, o dramaturgo e escritor Walcyr Carrasco encheu a telinha de tramas que centradas em personagens e em cenários onde esses mitos poderiam transitar bem, desde Petruchio de O cravo e a rosa (2000) até Candinho de Êta! Mundo bom (2016). Os personagens do folclore, porém, estão necessariamente associados ao um passado rural já superado pelo Brasil urbano contemporâneo? É para tentar responder esta e outras perguntas que Walcyr Carrasco e o escritor, professor e pesquisador da tradição oral brasileira, Marco Haurélio, fazem um debate na programação da BDB Cultural, um bate-papo que será transmitido no sábado, 17 de julho, às 17h, nas redes sociais da iniciativa.


“Acredito que o rural ressoa nos corações das pessoas, como um tempo e um mundo ideais, onde os valores eram mais sólidos, a palavra valia... Sempre haverá espaço para ele”, destaca o dramaturgo. Marco Haurélio vai em uma direção parecida à de Carrasco: “Essa propensão ao sobrenatural, ao mundo ideal que nos dá a fantasia ela se mantém em nós, mesmo em contextos urbanos. Na verdade, estamos tão sufocados pelo racionalismo que é importante ter momentos para voltar a essas raízes míticas já que o sobrenatural constitui o nosso ser, nosso inconsciente", aponta ele.


FOTO: Marco Haurélio - Acervo Pessoal


O bate-papo será realizado justamente quando é celebrado o Dia do Curupira (17/7) e discutirá também a presença desta figura no folclore nacional. “Apesar de inicialmente o Curupira não estar associado à figura do guardião, do protetor da floresta, ele é um mito compartilhado por populações indígenas de toda a costa brasileira e o que hoje imaginamos do físico desta figura ainda é muito parecido com o que padres recopilaram no século 16. Foi um mito que resistiu às influências externas e vez por outra confundido com o Caipora ou com o Pai do Mato, ele é um espírito que se mantém muito presente no imaginário nacional”, diz o professor.


Walcyr Carrasco complementa: “O Curupira hoje pode ser visto também com a voz da floresta, um personagem raiz. Através dele podemos falar de ecologia, de meio ambiente, que é um tema atual e que encanta as crianças”, diz o escritor que tem livros que justamente tentam aproximar o público infantil destes mitos tradicionais. Seu esforço mais conhecido neste sentido, porém, talvez tenha sido o de adaptar o Sítio do Pica-pau Amarelo de volta para a telinha nos anos 2000. Ele garante que estes personagens, tanto os de Monteiro Lobato, como os do folclore nacional, não são difíceis de trabalhar. “É possível inovar porque é possível sempre abrir novos leques, agregar conteúdo às histórias”, afirma.


“Todo mito depende do movimento, é preciso ser dinâmico e compartilhado para estar vivo. Por decreto você não consegue manter uma tradição. Mas é curioso observar que ela não desaparece de todo. As histórias de assombração que pedia carona são anteriores ao carro, hoje existem em lendas urbanas mundo afora. O que há é uma migração, uma mudança da história, mas a necessidade de crer no que é mágico permanece. Nas cidades, a gente está cada vez mais interessado nos arquétipos que representam os super-heróis. Está tudo vindo de um mesmo lugar”, conclui Marco Haurélio.

Sobre a BDB Cultural

A BDB Cultural é uma iniciativa do governo federal, por meio da Secretaria Especial de Cultura, do Ministério do Turismo, em parceria com a Biblioteca Demonstrativa do Brasil Maria da Conceição Moreira Salles (BDB) e, por meio de um termo de colaboração, com a organização social Voar Arte para a Infância e Juventude. A agenda que o projeto executará na BDB segue até março de 2022.

“Com a BDB Cultural, vamos renovar a prática de ser uma referência a outras bibliotecas do país para que elas possam abrir suas asas para voos mais altos e dar vida aos seus espaços”, diz o coordenador-geral da BDB Cultural, Marcos Linhares.

Para saber mais sobre os próximos cursos e eventos oferecidos, acompanhe as novidades da BDB Cultural no Youtube (https://www.youtube.com/c/BDBCultural), no Facebook (https://www.facebook.com/bdbcultural), Instagram (https://www.instagram.com/bdbcultural/) e no site www.bdbcultural.com.br da iniciativa.

Sobre os convidados

Walcyr Carrasco é um novelista, escritor, jornalista, dramaturgo e autor de telenovelas brasileiro. Entre novelas e séries de televisão já teve 26 trabalhos produzidos e já ganhou o Emmy Internacional na categoria melhor novela (considerado o Oscar da TV mundial​), com “Verdades Secretas”(Rede Globo). Como escritor já publicou mais de 60 livros. Ele também é um grande pesquisador e apaixonado pelo folclore nacional, já tendo publicado obras sobre esse tema como Lendas e Fábulas do Folclore Brasileiro” (Volumes I e II), A mãe de ouro e outros contos do folclore brasileiro, A Iara e outros contos do folclore brasileiro, Lendas do sol nascente, O negrinho do pastoreio e Outros contos do folclore brasileiro.

Marco Haurélio é escritor, professor, pesquisador da tradição oral brasileira e colecionador de histórias e cantigas. Já publicou cerca de 50 obras, entre cordéis, infantojuvenis e estudos da tradição oral. Ele atuou como consultor e autor dos cordéis da telenovela Velho Chico, da Rede Globo. No campo da cultura popular foi responsável pela recolha de mais de duas centenas de contos populares registrados em publicações como Contos e Fábulas do Brasil, Contos Folclóricos Brasileiros, O Príncipe Teiú e Outros Contos Brasileiros e Vozes da Tradição. Recebeu importantes distinções como o selo Seleção da Cátedra-Unesco (PUC-Rio).

Serviço:

BDB Cultural – Julho de 2021

Mesa por ocasião do Dia do Curupira, abordando a perspectiva do folclore brasileiro e de suas releituras com o dramaturgo e escritor Walcyr Carrasco e com o escritor e pesquisador do folclore brasileiro Marco Haurélio.

17/7 - Transmissão no Youtube e no Facebook da BDB Cultural, às 17h.

Outras informações:

Facebook.com/bdbcultural

Instagram - @bdbcultural

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